domingo, 31 de março de 2013

Uso do dicionário em sala de aula



No Brasil, a primeira tentativa de edição de um dicionário considerada bem sucedida aconteceu entre 1712 e 1728, com a obra O vocabulário português, de Raphael Bluteau. Posteriormente, em 1789, ganha destaque o Dicionário da Língua Portuguesa, de Antônio Moraes Silva. Publicado em Lisboa, é considerado o melhor e mais completo dicionário da Língua Portuguesa. Em 1813 o dicionário foi reeditado e enriquecido.Ganham destaque, em tempos mais recentes, Francisco Caldas Aulete, Carolina Michaelis de Vasconcelos, Aurélio Buarque de  Holanda Ferreira, entre outros.

Dar valor ao dicionário na sala de aula é proporcionar aos alunos aquisição de vocabulário, bem como, ser um instrumento para o ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. Alguns alunos não sabem procurar devidamente uma palavra no dicionário, por isso, planeje mensalmente uma aula com consulta no dicionário.
Acesse o link a seguir, o livro contribuirá com seu planejamento.Bom trabalho!

=> Dicionário na sala de aula

A aula: Tempo didático




Para ensinar há que ser um bom estrategista, e que a paciência, como virtude, há de ser ativa e consciente. Para adotar a paciência de tais qualidades, é preciso estabelecer uma ordem no domínio das realizações, porque a elaboração de um plano há de preceder a condução paciente e inteligente do esforço que deve intervir em sua execução. Essa paciência há de acompanhar o ser até o resultado final, por ser a energia que ampara o esforço até sua feliz culminação.

Estar atento:

Ø Organização do tempo;
Ø Interação para a construção de um saber;
Ø Espaço de criação onde atuam professor, aluno e o saber;
Ø Momentos de criatividade;
Ø Boa aula é efêmera;
Ø Informação é cumulativa, conhecimento é seletivo;
Ø Questões sociais e de cidadania.

PÁSCOA


Feliz Páscoa amigos!


O vídeo, a seguir, é uma mensagem de Páscoa,no imaginário infantil, linda!
Obrigada a amiga Shirley que me enviou.


quinta-feira, 28 de março de 2013

AVALIAÇÃO INTERNA




É correto, em uma prova, colocar questões idênticas às do livro didático?
 Heloisa Ramos
 é formadora de professores
e responde dúvidas sobre sala de aula.
Pergunta enviada por Edicelma Ramalho de Freitas, Fortaleza, CE



A prova é um instrumento para avaliar a aprendizagem dos alunos. E quem melhor sabe o que precisa ser analisado é o professor da turma, tendo como base os objetivos que traçou. O livro didático serve como apoio ao trabalho docente, mas não foi elaborado para atender às especificidades de uma classe. As sugestões que nele estão podem ser inspiradoras, trazer ideias, mas precisam ser adequadas a um grupo determinado de alunos. ao preparar uma avaliação, você até pode escolher uma questão do livro desde que a decisão tenha propósitos claros. Uma pergunta que foi debatida em classe, por exemplo, pode ser colocada novamente para retomar e ampliar a reflexão. Mas não é aceitável usar questões idênticas às do livro por comodismo.
Disponível: http://revistaescola.abril.com.br/heloisa-responde/

USO DA VÍRGULA



Alguns acham que a vírgula é apenas um detalhe sem importância. Ela pode mudar todo o sentido/ideia de um texto. Como exemplo, leia a frase a seguir:


"Se o Homem soubesse o valor que tem a mulher andaria a sua procura."


Onde você colocaria a vírgula?

Dependendo do sentido que se quer dar, pode ser:

-> Se o Homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria a sua procura.
-> Se o Homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria a sua procura.


Sem poderes a parte, isso não é importante, veja o vídeo, a seguir,comemorativo dos 100 anos da  Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e que é ótimo como estratégia de ensino.



Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=uWKpx5Ls1zg

MATRIZ DE REFERÊNCIA - LÍNGUA PORTUGUESA


 Matriz de Referência – SIMAVE/PROEB
Língua Portuguesa – 9º Ano do Ensino Fundamental – TÓPICOS e seus DESCRITORES
I – PROCEDIMENTOS DE LEITURA                                                                                                                                
D1
 Identificar um tema ou o sentido global de um texto
D2
Localizar informações explícitas em um texto. 
D3
Inferir informações implícitas em um texto.
D5
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 
D10
Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
II – IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO
D6
Identificar o gênero de um texto.
D7
Identificar a função de textos de diferentes gêneros.
D8
Interpretar texto que conjuga linguagem verbal e não-verbal.
III – RELAÇÃO ENTRE TEXTOS
D18
Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.  
D20
Reconhecer diferentes formas de abordar uma informação ao comparar textos que tratam do mesmo tema.
IV – COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO
D11
Reconhecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.
D12
Estabelecer a relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D15
Estabelecer a relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade.
D16
Estabelecer as relações entre  partes  de  um  texto  a  partir  de  mecanismos  de  concordância  verbal  e nominal
D19
Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa 
D14
Identificar a tese de um texto.
D26
Estabelecer relações entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
D27
Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
V – RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO
D23
Identificar efeitos de ironia ou humor em textos.
D28
Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão
D21
Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras notações. 
D25
Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de recursos ortográficos e morfossintáticos.
VI – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
D13
Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto

segunda-feira, 25 de março de 2013

Eduque o coração


Acredito que educar está além de qualquer conteúdo e, além disso, é uma questão social.
Educar requer paciência (e, às vezes, temos pouca), tempo e muita, mas muita dedicação.
O vídeo a seguir, além de maravilhoso, chama nossa atenção para uma educação muito peculiar....




Disponível: http://youtu.be/F3NRmW9tdPU
Tradução do vídeo institucional do Centro Dalai Lama pela Paz e Educação.

Em que medida a mídia impacta o funcionamento do cérebro das crianças e dos jovens?

Em 2011, tive a oportunidade de assistir à palestra da doutora em Ciências e especialista em neuropsicologia, Leonor Bezerra. Com um carisma singular e uma plateia atenta em tudo que dizia, foi um momento de grande aprendizagem. Certamente, isso foi um divisor de águas, pois, a partir disso, comecei a estudar (timidamente) sobre o funcionamento do cérebro na aprendizagem. Isso faz muita diferença na minha postura em sala de aula. 

Dando continuidade a reportagem do Jornal da Globo sobre o cérebro, segue uma entrevista com Leonor Bezerra. Boa leitura!

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“As crianças e jovens de gerações atuais são mais ou menos inteligentes, atentos, capazes de memorizar, do que as de gerações anteriores? Essa é uma boa pergunta para os neurocientistas”,  destaca Leonor Bezerra Guerra.
Por Marcus Tavares

Leonor Bezerra Guerra é médica. Mestre e doutora em Ciências e especialista em neuropsicologia. Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela coordena o projeto O cérebro vai à escola: um diálogo entre a neurociência e a educação. Trata-se de uma das ações do projeto NeuroEduca, que tem o objetivo de divulgar, informar, orientar e acompanhar profissionais da área de educação sobre conceitos básicos da neurociência relevantes para a compreensão do processo ensino-aprendizagem e das intervenções neste processo.
“Conhecer a organização do cérebro, suas funções, períodos críticos, as habilidades cognitivas e emocionais, as potencialidades e limitações do sistema nervoso pode tornar o trabalho do educador mais significativo e eficiente, contribuindo para o seu entendimento sobre as dificuldades de aprendizagem e para sua orientação em relação às intervenções”, destaca Leonor.
Mas em que medida a mídia impacta o funcionamento do cérebro das crianças e dos jovens, da chamada geração multitarefa, Google, web 2.0? Este foi o foco da entrevista que a revistapontocom realizou com a professora Leonor.
Acompanhe e descubra:
revistapontocom – O que é neuropsicologia?

Leonor Bezerra Guerra – A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. Tem como objetivo estudar e compreender o comportamento humano considerando o funcionamento das diversas estruturas e áreas do sistema nervoso. Ela estuda as funções corticais superiores, como a atenção, a memória, a linguagem, o raciocínio lógico-matemático, a percepção visual, as funções executivas, entre outras funções cognitivas. A neuropsicologia considera “a participação do cérebro nessas funções mentais como um todo, no qual as áreas são interdependentes e inter-relacionadas, funcionando comparativamente a uma orquestra, que depende da integração de seus componentes para realizar um concerto”. Como área específica de estudo, a neuropsicologia tem um desenvolvimento relativamente recente, embora sua fundamentação científica seja resultante de várias décadas de conhecimento e investigação. Desde a antiguidade já se observava que lesões na cabeça produziam alterações do comportamento. Ao longo da história das neurociências, vários estudiosos contribuíram para a constatação de que o comportamento humano tem como substrato biológico o sistema nervoso. Nos séculos XIX e XX, principalmente a partir das décadas de 40 e 50, esses estudos se desenvolveram bastante. Após os anos 90, da chamada Década do Cérebro, os avanços tecnológicos possibilitaram os estudos de neuroimagem associados ao comportamento, o desenvolvimento de técnicas de reabilitação e a divulgação científica por meio de diversas mídias. Esses fatores, associados ao aumento da formação e capacitação de psicólogos na área, são fatores que promoveram uma maior visibilidade da neuropsicologia como se observa hoje. Embora estudada há vários anos, a neuropsicologia é uma área que tem se beneficiado dos avanços recentes das neurociências, das ciências que estudam o sistema nervoso, em particular, o cérebro.


Mäder, Maria Joana. Avaliação neuropsicológica: aspectos históricos e situação atual.
Psicologia: ciência e profissão, v.16, n.3, p.12-18, 1996.
revistapontocom – O que a neuropsicologia tem a ver com o dia a dia das crianças, dos jovens e da escola? Que contribuições ela traz para a escola/família?

Leonor Bezerra Guerra – Conhecendo-se o desenvolvimento e o funcionamento normais do cérebro pode-se compreender alterações cerebrais, como no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultantes de lesões, doenças ou desenvolvimento anormal do cérebro. Dessa forma, a abordagem das dificuldades de aprendizagem pode ter uma contribuição importante da neuropsicologia. Por meio da avaliação neuropsicológica é possível ter uma ideia das habilidades do aprendiz, verificando se seu desempenho em tarefas que dependem de funções como atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico-matemático, percepção visual, funções executivas, entre outras, é similar ao da maioria dos indivíduos ou se há uma diferença no seu desempenho. Havendo uma diferença, o profissional irá tanto investigar as possíveis causas do problema, como propor uma intervenção terapêutica. Importante ressaltar que há muitos outros importantes fatores que podem levar às dificuldades para a aprendizagem, como deficiências nutricionais, visuais e/ou auditivas, problemas respiratórios, falta de períodos de sono, ambiente familiar, situação social, adaptação à escola, estratégias pedagógicas inadequadas, etc. Todos eles devem ser investigados. A avaliação neuropsicológica, bem como a neurológica, não são as “respostas definitivas para qualquer dificuldade para aprendizagem”, mas são avaliações muito importantes para exclusão ou confirmação de hipóteses diagnósticas. Sabendo se o cérebro da criança ou jovem está funcionando, ou não, dentro do esperado para sua idade, por meio da avaliação de suas funções cognitivas, a escola, a família e a equipe multidisciplinar que abordam a dificuldade para aprendizagem podem orientar estratégias de encaminhamento ou intervenção terapêutica adequada a cada caso.

  
revistapontocom – O que as pesquisas da área vêm revelando sobre a plasticidade dos cérebros das atuais gerações de crianças e jovens?

Leonor Bezerra Guerra – Neuroplasticidade é a propriedade de “fazer e desfazer” conexões entre neurônios. Ela depende de sinais elétricos desencadeados por estímulos ambientais nas células nervosas e de substâncias químicas produzidas pelos neurônios, e possibilita a reorganização da estrutura do sistema nervoso e do cérebro, constituindo a base biológica da aprendizagem e do esquecimento. Não conheço nenhum estudo que tenha avaliado a relação entre funções cognitivas e exposição a novas tecnologias e que demonstre aumento ou diminuição da plasticidade neural nas novas gerações, expostas a alguns estímulos diferentes de gerações passadas. O que ocorre é que diferentes estímulos levam ao aprimoramento ou à perda de diferentes habilidades. O fato é que preservamos as sinapses e, portanto, redes neurais, relacionadas aos comportamentos importantes para nossa sobrevivência. Aprendemos o que é significativo e necessário para vivermos bem e esquecemos aquilo que não tem mais relevância para o nosso viver.

revistapontocom – A plasticidade do cérebro humano está em transformação? Isto é um fenômeno recente? Isto seria positivo ou negativo?

Leonor Bezerra Guerra – A plasticidade do cérebro humano é uma propriedade característica das células nervosas que resulta na reorganização das conexões entre os neurônios conforme os estímulos ambientais recebidos. Portanto “não é um fenômeno recente” e sempre existiu no ser humano desde o seu aparecimento na escala evolutiva, bem como em outros animais. Mas só nas últimas décadas é que a ciência descobriu e esclareceu o fenômeno. Não há nenhum dado na literatura científica que demonstre que a propriedade de neuroplasticidade está em transformação. Ela é influenciada pelos estímulos que recebemos do ambiente. Somos expostos a alguns estímulos e privados de outros e, assim, os estímulos vão moldando nosso cérebro. Usualmente se diz que neuroplasticidade é reorganização cerebral e é a base biológica da aprendizagem. Esta reorganização do cérebro, com formação de novas conexões entre neurônios (sinapses) e perda de outras, é que produz novos comportamentos (conhecimentos, habilidades, atitudes). Portanto, neuroplasticidade é um fenômeno positivo. Sem ela o ser humano não aprenderia.

revistapontocom – Mas em que medida o mundo midiático de hoje (televisão, cinema, celulares, games…) impacta o sistema neural das crianças e dos jovens?

Leonor Bezerra Guerra – As crianças e jovens de gerações atuais são mais ou menos inteligentes, atentos, capazes de memorizar, do que as de gerações anteriores? Essa é uma boa pergunta para os neurocientistas. Não sabemos, ainda. Mas provavelmente elas apresentam diferenças em alguns aspectos de suas funções cognitivas. Há pesquisadores interessados nos resultados da influência do “mundo midiático atual” sobre o comportamento humano, mas ainda não há dados consistentes. É provável que a exposição maior a informações visuais e auditivas em detrimento de informações verbais escritas venha a diminuir as habilidades de linguagem escrita do ser humano e ampliar as habilidades visuais, por exemplo. Pode ser também que a menor interação “corpo a corpo” entre os seres humanos, que agora se comunicam virtualmente, modifique suas habilidades de interação social. Mas não temos, ainda, estudos que comprovem essas mudanças porque esse “mundo midiático de hoje” é relativamente recente. O modo como vivemos, sem dúvida, altera, aos poucos, a estrutura e o funcionamento de nosso cérebro e, portanto o nosso comportamento.


Vandewater, E. et. al. Digital Childhood: Electronic Media and Technology Use Among Infants, Toddlers, and Preschoolers.
Pediatrics, v.119, n.5, p.e-106-e1015, 2007.
revistapontocom – Podemos afirmar que o impacto do mundo midiático está diretamente associado à área da criatividade das crianças e dos jovens?

Leonor Bezerra Guerra – Afirmações categóricas em ciências não são muito prudentes. O cérebro não possui uma “área da criatividade”. A criatividade depende de diferentes substâncias químicas (neurotransmissores) e áreas do cérebro: áreas relacionadas às percepções, análises dos contextos e atribuições de significados, áreas que comparam experiências anteriores com estímulos novos, áreas que possibilitam formas diferentes de organizar esquemas mentais já registrados, entre outras. Portanto, a criatividade está relacionada ao desenvolvimento de várias regiões cerebrais e ao funcionamento do cérebro como um todo. As diferentes mídias, teoricamente, devido ao seu potencial de estimulação das vias sensoriais, podem contribuir para as modificações de distintas áreas cerebrais relacionadas às percepções auditivas e visuais e aos mecanismos de atenção e memória, por exemplo. Mas ainda serão necessários estudos que avaliem a influência dos diferentes tipos de mídia sobre as funções cerebrais. As neurociências estão contribuindo para o esclarecimento de várias funções cerebrais. Mas estudos em seres humanos envolvem aspectos éticos e algumas dificuldades relacionadas aos métodos, ou seja, a como investigar criteriosamente o assunto. Por isso não temos, ainda, respostas para várias perguntas que nos inquietam. Mas são exatamente as perguntas, a incerteza, que impulsionam a ciência. 

revistapontocom – Por que nos dias de hoje se atribui tanto valor, status e poder ao cérebro humano?

Leonor Bezerra Guerra – O cérebro sempre foi um órgão muito importante. Ele e outras estruturas do Sistema Nervoso constituem o sistema orgânico que possibilita a interação do ser humano com o meio em que vive. É o Sistema Nervoso que processa os estímulos do ambiente e produz comportamentos que garantem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie. Mas a ciência só desenvolveu métodos para estudo mais aprofundado sobre os neurônios, neurotransmissores e o cérebro a partir do início do século XX. A tecnologia digital, os avanços da genética, da biologia molecular, da farmacologia e da eletrofisiologia, entre outras áreas, contribuíram muito para os estudos das neurociências. No entanto, a pesquisa na área tem limitações metodológicas e éticas que dificultam a abordagem de algumas questões, já que há comportamentos do homem que animais de experimentação não apresentam. Portanto, o cérebro sempre teve valor, nós é que não sabíamos explicar o seu funcionamento. Conhecendo, valorizamos. E mesmo com todo o avanço das neurociências, ainda há muito o que se descobrir e esclarecer sobre o cérebro e o comportamento humano.

revistapontocom – Em que consiste o projeto O Cérebro vai à Escola?

Leonor Bezerra Guerra – O “Cérebro vai à Escola: um diálogo entre a neurociência e a educação” é uma das ações do projeto NeuroEduca. O projeto pretende divulgar, informar, orientar e acompanhar profissionais da área de educação sobre conceitos básicos da neurociência relevantes para a compreensão do processo ensino-aprendizagem e das intervenções neste processo. O projeto é desenvolvido com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais. Buscamos a melhoria da qualificação do profissional da educação em relação à compreensão do processo ensino-aprendizagem e suas intervenções, com contribuição para mudanças na prática do dia-a-dia do professor; melhoria do desempenho e evolução dos alunos. Em nossas palestras, capacitações e curso de atualização (www.fundep.ufmg.br em cursos – educação), abertos a educadores em geral, incluindo pais, abordamos temas como: contribuições das neurociências para a educação; divulgação científica e a neurociência na educação; como o cérebro funciona no processo ensino-aprendizagem; períodos receptivos do desenvolvimento cerebral; sono, atenção, memória, emoção e função executiva no processo ensino-aprendizagem, exame neurológico, afecções neurológicas, avaliação neuropsicológica, transtornos de aprendizagem, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Consideramos que educar é promover a aquisição de novos comportamentos e que as estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador no processo ensino-aprendizagem são estímulos que levam à reorganização do sistema nervoso em desenvolvimento, o que produz as mudanças comportamentais. O educador está cotidianamente atuando nas transformações neurobiológicas que levam à aprendizagem. Conhecer a organização do cérebro, suas funções, períodos críticos, as habilidades cognitivas e emocionais, as potencialidades e limitações do sistema nervoso poderia tornar o trabalho do educador mais significativo e eficiente, contribuindo para o seu entendimento sobre as dificuldades de aprendizagem e para sua orientação em relação às intervenções.

Saiba mais sobre o curso
O curso o Cérebro vai à escola: um diálogo entre a neurociência e a educação propicia aos participantes a oportunidade de conhecer, de forma sintética, alguns aspectos do funcionamento do cérebro durante o processo ensino-aprendizagem e, assim, compreender e discutir questões importantes relacionadas ao trabalho do educador no processo de aprendizagem. Por que o estudante tem dificuldade para se concentrar? Por que os estudantes estão desinteressados? Por que eles esquecem os conteúdos de um ano para outro? Dormir ajuda a aprender? Por que os adolescentes trocam o dia pela noite? Ter aulas é o que nos faz aprender? Lazer ajuda a aprender? Pensar cansa? Por que é verdade que “é de cedo que se torce o pepino”? Quando é melhor aprender uma segunda língua? Quando não aprendemos o problema está sempre no cérebro? Esses, entre outros, serão temas do curso que visa, assim, estabelecer as relações entre a organização morfofuncional do sistema nervoso central e as funções cognitivas envolvidas no processo ensino-aprendizagem.
Ementa

Aspectos estruturais, funcionais e clínicos do sistema nervoso central numa perspectiva neuropsicológica com vistas ao entendimento dos processos de desenvolvimento e aprendizagem.

Programa

. Introdução às dificuldades para aprendizagem;
. Contribuições das neurociências para a educação;
. Divulgação científica e as neurociências na educação;
. Como o cérebro funciona no processo de aprendizagem;
. Organização geral morfofuncional do sistema nervoso central;
. Desenvolvimento do sistema nervoso;
. Córtex cerebral e sistemas funcionais;
. Sono e aprendizagem
. Funções cognitivas: atenção e memória, emoção, função executiva;
. Fundamentos do exame neurológico;
. Fundamentos da avaliação neuropsicológica;
. Transtornos de aprendizagem;
. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.

Disponível: http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-entrevistas/cerebro-crianca-e-midia 

domingo, 24 de março de 2013

Cérebro, máquina de Aprender


Há algum tempo dedico um tempo para pesquisar e estudar sobre a neurociência. Muito interessante, e diria também importante saber como o cérebro aprende.Nós, profissionais da educação, trabalharemos melhor com o aluno, a partir do momento que soubermos como funciona essa "máquina".  Somos capazes de aprender sempre, mas como ativar e colocar para funcionar essa máquina? 

 O Jornal da Globo exibiu uma série especial " Cérebro, máquina de aprender". Segue a reportagem:

1º episódio

Cérebro molda suas funções e capacidade pelo constante uso

Para que bloco se transforme em escultura, o que sobra deve ser removido.
No cérebro, o que faz essa eliminação é justamente o usoPa




2º episódio




EXERCÍCIO CEREBRAL CONSTANTE PODE LEVAR À EXCELÊNCIA NO QUE SE FAZ

PRATICAR MODIFICA O CÉREBRO. 

MOTIVAÇÃO, FOCO, ATENÇÃO E ANOS DE PRÁTICA LAPIDAM TALENTOS.







3º episódio

Como você lida com os desafios que surgem na sua vida? 


Trabalho de neurocientistas melhora desempenho de estudantes e atletas.Treinamento aumenta a capacidade de concentração e o autocontrole.Estudantes se aprimoram com jogos de tabuleiro e de raciocínio. 




4º episódio

            Projeto pioneiro une neurociência à educação em escolas no Brasil

                                          Iniciativa é do neurocientista Miguel Nicolelis.

 Neurociência explica e melhora desempenho de esportistas.





5º episódio




Carreiras e atividades específicas 



ajudam a desenvolver memória



Atores e professores têm a memória mais exigida. 
Tenistas profissionais melhoram com a ajuda da neurociência.



Disponível:http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/03/cerebro-molda-suas-funcoes-e-capacidade-pelo-constante-uso.html


quinta-feira, 21 de março de 2013

Avaliação Diagnóstica - Mapeamento e Gráfico de Desempenho


Professor(a) e Especialista,

O analista Ronaldo elaborou dois documentos: um para auxiliá-lo(a) no mapeamento dos resultados da avaliação diagnóstica,bem como,um gráfico de desempenho dos alunos. Acesse os links a seguir:

=> Mapeamento

=> Gráfico desempenho dos alunos


Após o diagnóstico, elabore o seu Plano de Intervenção.

100 erros mais comuns em português


 Que tal preparar uma aula com 
os 100 erros mais comuns em português?


1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige aVai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com aA medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fiqueFique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinzacamisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vistamala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os(e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em mão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iamum favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos"um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.  indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz):Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é porO time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe põemEle tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranqüilo". O trema não existe mais, de acordo com a nova ortografia.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige osTodos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita aFavoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que desliga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo),este século (o século 21).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (defazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiarEle intermedeia (ou medeiaa negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou oadequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e iExplode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra vReavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôrQuis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação uiInclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ueContinue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em queA tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisadoda decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo pêlos (cabelo, cabelos), pára(verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nemtráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são"1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal NÃO têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.


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